Geoparque Oeste candidata-se a triplicar área de intervenção

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GEOPARQUE OESTE

A Associação Geoparque Oeste entregou no passado dia 27 de outubro à Comissão Nacional da UNESCO uma candidatura ambiciosa que pretende alargar o território reconhecido em mais de 10%. Se for aprovada, a área total passará dos atuais 1154 quilómetros quadrados para 3041 quilómetros quadrados.

O novo território proposto integra oito concelhos da região Oeste: Alenquer, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche e Torres Vedras. A candidatura inclui ainda uma zona subaquática que estabelece a ligação entre esta faixa costeira e o arquipélago das Berlengas, o que representa uma mais-valia significativa para o projeto.

João Serra, que representa o município da Lourinhã na presidência da direção da AGEO, sublinha que a apresentação desta candidatura resulta do trabalho conjunto dos oito municípios ao longo dos últimos dois anos. “Este esforço demonstra o empenho e a dedicação de todos os envolvidos, que colocaram de parte as diferenças políticas em nome de um objetivo comum para a região Oeste: o reconhecimento e a atribuição da chancela de Geoparque Mundial da UNESCO”, afirma o autarca.

Miguel Reis Silva, coordenador executivo do Geoparque Oeste, reconhece que a preparação do dossier constituiu um desafio técnico e profissional sem precedentes, tanto para a equipa como para os executivos municipais que subscrevem a iniciativa. O responsável recorda que o reconhecimento do território dos seis municípios iniciais, em março de 2024, representou uma oportunidade única de desenvolvimento regional. “Com esta candidatura acreditamos que mais do que uma oportunidade, este novo território poderá tornar-se uma referência mundial na Rede Global de Geoparques”, afirma Miguel Reis Silva.

O coordenador destaca a solidez científica do projeto, que apresenta mais de 600 referências bibliográficas na área das Geociências e mais de 20 geossítios com reconhecimento internacional. Esta robustez técnica, aliada à dinâmica da região, posiciona o Oeste como um potencial polo de referência no panorama mundial.

O processo de avaliação decorrerá ao longo dos próximos dois anos. A candidatura será primeiro analisada na próxima reunião do Comité da Rede Portuguesa de Geoparques Mundiais da UNESCO e posteriormente submetida pela Comissão Nacional à missão portuguesa na organização internacional. Entre junho e agosto de 2026, o Geoparque Oeste receberá a missão técnica da UNESCO que avaliará in loco as condições do território. Em setembro do mesmo ano, a Comissão Executiva da Rede Global de Geoparques pronunciar-se-á sobre o relatório desta missão. A decisão final sobre a agregação destes novos territórios ao Geoparque Oeste caberá à Comissão Executiva da UNESCO, prevista para a primavera de 2027.

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