Pedrito de Portugal, nome artístico de Alexandre Pedro, é uma das figuras mais emblemáticas da tauromaquia portuguesa. A sua ligação ao mundo da tauromaquia começou muito cedo, com apenas 9 anos, influenciado pelo pai, o bandarilheiro Roque Silva. A primeira oportunidade surgiu de forma inesperada num concurso de talentos da RTP, onde, sem avisar, se inscreveu e acabou por se estrear em público na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa
Desde muito cedo percebeu que ser toureiro era muito mais do que técnica ou destreza física: para si, 90% da tauromaquia é coração e sentimento. Define cada faena como uma obra de arte irrepetível, onde o touro dita as “cores” e o toureiro imprime o seu cunho pessoal. Considera que a verdadeira excelência surge quando se toureia apenas com a alma, esquecendo o corpo e o perigo.
Pedrito assume-se como toureiro de arte, exigente consigo próprio e perfeccionista, procurando que o público se levante para aplaudir de pé. Para ele, a missão vai além da profissão: sente que a sua vida foi conduzida por Deus e que cada oportunidade que teve foi parte desse desígnio.
Apesar da popularidade precoce, confessa não ter vivido uma infância “normal”, ao trocar as brincadeiras pelo treino com capote e muleta. Essa fama trouxe também desafios pessoais, como lidar com pessoas que se aproximavam apenas pelo brilho da sua carreira. Com o tempo, aprendeu a valorizar mais a autenticidade e a manter-se fiel a si próprio.

Fora da arena, leva uma vida simples e dedica grande parte do seu tempo a cuidar da mãe, vendo nisso outra forma de exercer a sua arte: criar felicidade e retribuir amor.
O nome “Pedrito de Portugal” nasceu quando um famoso cronista taurino, ao saber a sua nacionalidade, o batizou dessa forma. É esse, o nome que o acompanha até hoje. Pedrito de Portugal é reconhecido como um dos poucos ídolos da tauromaquia nacional capazes de encher praças e despertar curiosidade em cada atuação.
Na entrevista, deixou ainda uma mensagem clara para o público: no dia 15 de agosto, na emblemática corrida das Caldas da Rainha em homenagem ao centenário do Mestre Manuel dos Santos , espera criar uma obra que emocione e conquiste, convidando todos a assistir com o olhar da alma, e não apenas com os olhos.
Para Pedrito, “a vida sem emoção não vale a pena ser vivida” e é essa emoção que quer transmitir em cada momento na arena.
Entrevista na íntegra: