A Cruz Vermelha Portuguesa intensifica o apoio aos operacionais no terreno com a criação de quatro novas unidades REST SPACE nos últimos dois dias, enquanto os fogos rurais continuam a assolar o território nacional e mantêm o país em estado de alerta.
Duas destas estruturas encontram-se presentemente operacionais: uma em Meãs, na Pampilhosa da Serra, e outra no Fundão, esta última com capacidade para acolher 250 operacionais em regime permanente e equipada com um posto médico móvel. Durante o fim de semana e início desta semana, a organização humanitária activou também unidades em Arganil e Ponte das Três Entradas, no concelho de Oliveira do Hospital, que foram posteriormente desmobilizadas.
Estes espaços de retaguarda destinam-se exclusivamente aos operacionais e proporcionam condições adequadas de descanso, higiene, alimentação, apoio psicossocial e recuperação física entre turnos de combate aos incêndios. A implementação destes REST SPACES conta com o apoio da Missão Continente e da Worten.
A partir de terça-feira, a plataforma Glovo junta-se à iniciativa solidária da Cruz Vermelha Portuguesa. Os utilizadores da aplicação podem efectuar donativos através do seu perfil, seleccionando a opção “Doações” e escolhendo o montante que desejam contribuir.
“É com sentido de responsabilidade que nos associamos a esta iniciativa da Cruz Vermelha Portuguesa”, declara Pedro Sobral, director da Glovo. “Acreditamos que, em momentos de maior vulnerabilidade, a união entre empresas, instituições e sociedade civil faz a diferença.”
Gonçalo Órfão, Coordenador Nacional de Emergência da Cruz Vermelha, sublinha a exigência das operações em curso: “A morte de um bombeiro em plena missão relembra-nos, de forma dolorosa, os riscos diários para quem está na linha da frente. Qualquer operação de socorro implica uma logística robusta, capaz de assegurar não apenas a resposta imediata, mas também a resistência física e emocional de quem está no terreno.”
Nos últimos dias, a organização integrou 25 teatros de operações com a mobilização de 423 operacionais, incluindo socorristas, elementos de logística e oficiais de ligação. Foram registadas 85 ocorrências e realizadas 30 evacuações preventivas, sempre em coordenação com os restantes agentes de protecção civil.
O dispositivo no terreno inclui 107 ambulâncias em operação, 18 centros de coordenação móveis, 12 viaturas de logística, um posto médico móvel, uma viatura de comando, três zonas de apoio à população afectada e os quatro espaços de descanso para operacionais.
A Sala de Crise Nacional mantém-se activa 24 horas por dia, assim como 42 delegações da rede nacional da Cruz Vermelha, que dispõem de meios de prevenção em permanência. A organização conta ainda com uma equipa de drones para reforço das operações de monitorização.
“Precisamos do contributo de todos, união e resiliência, para através da prevenção, cooperação e de comportamentos responsáveis, travar a escalada destes incêndios”, apela Gonçalo Órfão.