CCC revela programação para o final de 2025

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Centro Cultural e de Congressos Caldas da Rainha Programa final 2025

Festival de jazz domina programação que inclui teatro, cinema português e homenagens históricas

O Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha apresentou a programação que marca o encerramento de 2025, destacando-se um ambicioso festival de jazz que se estende por dois meses e confirma a aposta da instituição em propostas musicais de qualidade. A iniciativa “Dias do Jazz” constitui o momento alto de uma agenda cultural diversificada que contempla múltiplas expressões artísticas.

O programa arranca ainda em setembro, com um concerto preparatório a 27 do mês, protagonizado pelos americanos Michelle David & The True-Tones. Outubro concentra a programação mais intensa, com três espetáculos consecutivos: o Quarteto Solaris a 9, o projeto hispano-português Eixo do Jazz – EJE em formato de octeto a 10, e as Impermanência(s) da orquestra do Hot Clube de Portugal a 11. Novembro encerra o ciclo com duas propostas distintas – o Sexteto Jazz de Lisboa a 7 e a pianista norte-americana Dena DeRose a 8.

Para além dos concertos principais, o festival integra sessões abertas de jam, ações educativas em estabelecimentos de ensino e atividades complementares que pretendem alargar o público do género musical. Esta estratégia revela a intenção de criar um verdadeiro movimento dedicado ao jazz na região, ultrapassando a mera sucessão de espetáculos.

A programação teatral privilegia tanto criações nacionais como parcerias locais. A companhia Trigo Limpo, da ACERT, apresenta “Teatro Paraíso” nos primeiros dois dias de outubro, enquanto o Teatro dos Aloés, em colaboração com o Teatro da Rainha, leva à cena “Pagar?! Aqui, Ninguém Paga!” a 4 do mesmo mês. O mês fecha com “Os Brincos À Ronaldo e Outras Histórias”, de Alexandre Sampaio, a 30 de outubro. Novembro recebe a peça “Cárcere”, do brasileiro Vinícius Piedade, agendada para dia 15.

O humor marca presença através do duo Bumba na Fofinha, que apresenta “Sombra” em duas sessões nos dias 18 e 19 de outubro. O sucesso do espetáculo reflete-se no quase esgotamento de uma terceira sessão, demonstrando a recetividade do público caldense ao stand-up comedy.

No cinema aposta-se exclusivamente na produção nacional, iniciativa que sublinha o compromisso com a cinematografia portuguesa. O ciclo abre a 8 de outubro com “O Palácio dos Cidadãos”, de Rui Pires, seguido de “Mississipis”, de António-Pedro, a 22. Novembro apresenta “Vida Luminosa”, de João Rosas, a 5, e “Lindo”, de Margarida Gramaxo, a 19. O encerramento, já em dezembro, fica a cargo de “On Falling”, de Laura Carreira, no dia 3.

A dança sofreu um contratempo com o adiamento do espetáculo “Hashtag#Free” da Quórum Dance Company, inicialmente previsto para 25 de outubro, mas transferido para 2026 devido a problemas de saúde num elemento da companhia. Dezembro compensa com duas propostas distintas: o clássico “Quebra-Nozes” pela Classic Stage a 8, e “Maximum Impact” da RiSa Dance School a 17.

O projeto Impulso regressa ao centro cultural através do workshop “Silêncio”, orientado por Sílvia Mendonça a 17 de outubro, e uma residência artística com Llama Virgem nos dias 20 e 21 de novembro. Estas iniciativas reforçam o papel da instituição no apoio à criação contemporânea e na formação de artistas.

As comemorações dos quinhentos anos da morte da Rainha D. Leonor ganham expressão musical com o concerto “In Memoriam” pela Orquestra Clássica Metropolitana, agendado para 16 de novembro. Esta homenagem histórica insere-se no calendário mais vasto de evocação da figura régia, demonstrando como a programação cultural dialoga com a memória coletiva local.

O Natal antecipa-se com o concerto da Banda Sinfónica do Exército a 11 de dezembro, proposta que tradicionalmente atrai público diversificado e encerra em ambiente festivo o ano cultural da instituição.

A componente expositiva contempla duas mostras simultâneas. “Não Navega, Cavalga”, dedicada aos cem anos do caldense José Tanganho, ocupa a Galeria do CCC entre 15 de novembro e 28 de dezembro. Paralelamente, o Foyer acolhe “Retrato da Industrialização e Indústria Contemporânea em Portugal” no mesmo período, criando um diálogo entre biografia local e narrativa nacional.

As atividades educativas culminam em dezembro com “Papi Opus 7” da Companhia de Música Teatral, espetáculo especialmente concebido para públicos mais jovens e agendado para dia 13.

O diretor artístico Mário Branquinho interpreta esta programação como o fecho de um ciclo e a abertura de perspetivas futuras. Na sua perspetiva, a instituição consolida “uma identidade própria” através da exploração sistemática de “diferentes formas de arte” e da criação de “sequências temáticas” que proporcionam “experiências ricas e coesas” ao público.

Esta filosofia de programação revela uma estratégia de médio prazo que privilegia a consistência sobre a dispersão, apostando na fidelização de audiências através de propostas artísticas criteriosamente selecionadas e articuladas entre si. O resultado configura uma agenda cultural que transcende a mera justaposição de eventos, assumindo-se como projeto cultural integrado para a comunidade.

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