A operação nacional de segurança rodoviária “Taxa Zero ao Volante”, que decorreu entre 19 e 25 de agosto, resultou na deteção de 662 infrações relacionadas com a condução sob influência do álcool. Durante os sete dias da campanha, as autoridades fiscalizaram mais de seis milhões de veículos em todo o território nacional.
A iniciativa, promovida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia de Segurança Pública (PSP), teve como principal objetivo sensibilizar os condutores para os perigos da condução sob efeito do álcool. A campanha integrou-se no Plano Nacional de Fiscalização de 2025 e contou também com a participação das administrações regionais dos Açores e da Madeira.
Números da operação revelam amplitude da fiscalização
Os dados revelam uma operação de grande envergadura: foram controlados automaticamente por radar 6.058.908 veículos, dos quais 403.497 pelas forças de segurança e 5.655.411 pelo sistema SINCRO da ANSR. Paralelamente, as autoridades fiscalizaram presencialmente 49.907 veículos e condutores.
Do total de infrações registadas – 24.940 – as violações por condução sob efeito do álcool representaram cerca de 2,7%. A GNR foi responsável pela deteção de 506 casos, enquanto a PSP identificou 156 situações. Das 662 infrações desta natureza, 641 ocorreram no continente e apenas 21 nas regiões autónomas.
Ações de sensibilização chegaram a centenas de condutores
A vertente educativa da campanha alcançou 441 condutores através de ações de sensibilização realizadas em simultâneo com as operações de fiscalização. Os técnicos da ANSR transmitiram mensagens sobre os riscos do álcool ao volante, explicando que uma taxa de 0,5 g/l duplica o risco de acidentes graves e que o álcool compromete o campo visual, os reflexos e a coordenação motora.
As equipas sublinharam que a relação entre consumo de álcool e taxa no sangue varia consoante fatores como idade, género, peso, metabolismo e alimentação, justificando a importância da taxa zero ao volante.
Sinistralidade marca semana da campanha
O período da operação registou 2.571 acidentes rodoviários, que provocaram 11 mortes, 33 feridos graves e 800 feridos ligeiros. Comparativamente ao mesmo período de 2024, verificaram-se menos 276 acidentes e menos 16 feridos graves, mas registaram-se mais duas vítimas mortais e menos 86 feridos ligeiros.
As 11 vítimas mortais, todas do género masculino com idades entre os 17 e os 86 anos, resultaram de acidentes ocorridos nos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Faro, Leiria, Porto, Santarém e Viseu. O acidente mais grave ocorreu em Monchique, no distrito de Faro, onde cinco ocupantes de um veículo ligeiro perderam a vida após despiste seguido de incêndio.
Programa de fiscalização continua até final do ano
Esta foi a oitava de 11 campanhas previstas no Plano Nacional de Fiscalização de 2025. Até ao final do ano, realizar-se-ão mais três operações mensais com ações de sensibilização e fiscalização. Desde 2020, estas campanhas anuais abordam temas prioritários como velocidade, álcool, equipamentos de segurança, uso de telemóvel e veículos de duas rodas a motor.
Nas oito campanhas já realizadas em 2025, as autoridades sensibilizaram presencialmente 5.527 pessoas através de 38 ações, fiscalizaram 493.651 condutores presencialmente e controlaram por radar 45.814.238 veículos.
As autoridades sublinham que a sinistralidade rodoviária não constitui uma inevitabilidade e que as consequências mais graves podem ser evitadas através da adoção de comportamentos seguros na estrada.