Campanha “Viajar Sem Pressa” resulta em mais de 21 mil infrações por excesso de velocidade

0
14

A operação nacional de segurança rodoviária “Viajar Sem Pressa” terminou com um balanço preocupante: mais de 6,7 milhões de veículos fiscalizados e 21.511 infrações por excesso de velocidade registadas entre 4 e 11 de junho. A iniciativa, promovida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia de Segurança Pública (PSP), teve como objetivo alertar os condutores para os perigos da velocidade excessiva nas estradas portuguesas.

Números revelam problema persistente

A campanha mobilizou meios significativos em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira. Os dados oficiais mostram que foram fiscalizados automaticamente por radar 6.739.552 veículos, enquanto as forças de segurança controlaram presencialmente outros 58.839 condutores e veículos.

Do total de 30.718 infrações rodoviárias registadas, cerca de 70% relacionaram-se com excesso de velocidade. A GNR detetou 5.238 infrações desta natureza, a PSP registou 1.966, e o sistema SINCRO da ANSR identificou automaticamente 14.307 casos.

EntidadeVeículos controlados (radar)Fiscalização presencialTotal fiscalizadoInfrações totaisInfrações velocidade
ANSR6.372.4636.372.46314.30714.307
GNR260.41644.236304.65210.5735.238
PSP106.67314.603121.2765.8381.966
Total6.739.55258.8396.798.39130.71821.511

Sinistralidade mantém números elevados

Durante o período da campanha registaram-se 2.891 acidentes rodoviários, que resultaram em 11 mortos, 67 feridos graves e 909 feridos ligeiros. Comparativamente ao mesmo período de 2024, verificou-se uma redução de 197 acidentes e 37 feridos ligeiros, mas um aumento preocupante de seis vítimas mortais e 17 feridos graves.

As vítimas mortais, dez homens e uma mulher, tinham idades entre os 17 e os 73 anos. Os acidentes fatais distribuíram-se por vários distritos: Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Faro, Leiria (2), Lisboa (2), Santarém e Setúbal.

Motociclos representam maior vulnerabilidade

A análise dos acidentes mortais revela um padrão preocupante: sete das 11 vítimas fatais eram condutores de motociclos ou ciclomotores. Os acidentes consistiram em seis colisões e cinco despistes, ocorreram maioritariamente em arruamentos urbanos (cinco casos), mas também em autoestradas, estradas nacionais e municipais.

Entre os casos mais graves destaca-se o acidente em Poceirão, no dia 7 de junho, que vitimou um jovem motociclista de apenas 17 anos numa colisão lateral com um veículo ligeiro. No mesmo dia, na A2 em Ourique, uma passageira de 55 anos morreu num despiste com capotamento.

Sensibilização chega a centenas de condutores

Para além da componente fiscalizadora, a campanha incluiu ações de sensibilização em Estarreja, Lisboa, Santa Maria da Feira, Torres Vedras e Vila Nova de Gaia, bem como nas regiões autónomas. Ao todo, 781 condutores e passageiros receberam informação sobre os riscos da velocidade excessiva.

As mensagens transmitidas realçaram que a velocidade causa um terço dos acidentes mortais e que, numa viagem de 20 quilómetros, aumentar a velocidade de 50 para 60 km/h permite poupar apenas quatro minutos. O lema “Viaje sem pressa, chegue com vida ao destino” resumiu o apelo das autoridades.

Plano Nacional continua até ao final do ano

Esta foi a sexta das 11 campanhas previstas no Plano Nacional de Fiscalização de 2025. Até dezembro, realizaram-se já 28 ações de sensibilização que alcançaram 4.404 pessoas, enquanto a fiscalização presencial abrangeu 388.970 condutores. Os sistemas de radar controlaram mais de 34 milhões de veículos.

As restantes cinco campanhas do ano manterão o foco nas temáticas prioritárias definidas pelas recomendações europeias: velocidade, álcool, acessórios de segurança, uso do telemóvel e segurança de veículos de duas rodas a motor.

As autoridades reforçam que a sinistralidade rodoviária não constitui uma fatalidade e que as consequências mais graves podem ser evitadas através da adoção de comportamentos seguros na condução. Os dados desta campanha sublinham a necessidade de uma mudança de mentalidade dos condutores portugueses face aos limites de velocidade.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui