 do Destacamento Territorial de Caldas da Rainha deteve, na terça-feira, cinco pessoas suspeitas de mais de uma centena de furtos em cemitérios, veículos e residências. A operação culminou uma investigação de dois meses que abrangeu sete distritos do país e resultou na apreensão de 738 quilos de metais processados para venda.){kind=link}
O Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Destacamento Territorial de Caldas da Rainha deteve, na terça-feira, cinco pessoas suspeitas de mais de uma centena de furtos em cemitérios, veículos e residências. A operação culminou uma investigação de dois meses que abrangeu sete distritos do país e resultou na apreensão de 738 quilos de metais processados para venda.
Rede criminosa atuava em sete distritos
Os detidos, três homens e duas mulheres com idades entre os 25 e os 33 anos, são suspeitos de integrar uma rede criminosa que atuava nos distritos de Leiria, Lisboa, Coimbra, Santarém, Évora e Setúbal. O grupo especializou-se no furto de objetos metálicos em cemitérios, aproveitando o valor comercial dos materiais para posterior venda a empresas de reciclagem.
A investigação, coordenada pelo Ministério Público, mobilizou militares da GNR de vários comandos territoriais e contou com o apoio da Polícia de Segurança Pública. As autoridades cumpriram cinco mandados de detenção e 23 mandados de busca, distribuídos entre residências, veículos, terrenos, armazéns e empresas de gestão de resíduos.
Operação abrange sete concelhos
As diligências decorreram simultaneamente nos concelhos de Alenquer, Almeirim, Figueira da Foz, Loures, Rio Maior, Santarém e Torres Vedras. A complexidade da operação exigiu buscas em quatro habitações e 19 locais não domiciliários, incluindo instalações de empresas suspeitas de colaborar com a rede criminosa.
Durante as buscas, as autoridades apreenderam material avaliado em milhares de euros, destacando-se os 738 quilos de metais não preciosos já processados para comercialização. Este material, proveniente principalmente de cemitérios, representa o núcleo da atividade criminosa do grupo.
Apreensões revelam dimensão do esquema
| Categoria | Itens apreendidos |
|---|---|
| Veículos | 4 automóveis |
| Numerário | 495 euros |
| Metais processados | 738 quilos |
| Objetos religiosos | 24 estatuetas |
| Equipamentos eletrónicos | 2 televisões, 1 monitor curvo, 1 consola de jogos, 1 máquina fotográfica |
| Outros bens | 1 minimoto, 1 relógio |
| Documentação | Faturas de venda de metais preciosos e não preciosos |
| Ferramentas | Equipamentos de apoio ao processamento e furto |
| Elementos de cemitério | Bases em mármore e granito de estatuetas religiosas |
A documentação apreendida inclui faturas e registos que comprovam a venda sistemática de metais preciosos e não preciosos, evidenciando o caráter organizado e duradouro da atividade criminosa. As ferramentas encontradas demonstram a especialização do grupo no processamento dos materiais furtados.
Empresa envolvida no esquema
Para além dos cinco detidos, as autoridades constituíram arguidos quatro pessoas adicionais, com idades entre os 20 e os 64 anos, e uma empresa. Alguns dos envolvidos possuem antecedentes criminais por crimes de natureza semelhante, o que sugere tratar-se de um grupo com experiência em atividades ilícitas.
A empresa é suspeita de auxílio à prática dos crimes e de recetação, funcionando como elo de ligação entre os criminosos e o mercado legal de reciclagem de metais. Esta colaboração terá sido fundamental para o sucesso da operação criminosa, permitindo a colocação dos materiais furtados no circuito comercial.
Detidos com historial criminal
Todos os detidos possuem antecedentes pela prática do mesmo tipo de crimes, revelando um padrão de reincidência que preocupa as autoridades. O grupo atuava de forma coordenada, visando cemitérios pela facilidade de acesso e pelo valor dos materiais disponíveis, particularmente elementos metálicos de túmulos e estatuetas.
Os suspeitos serão presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Judicial de Leiria, onde serão avaliadas as medidas de coação adequadas. A escolha deste tribunal decorre da coordenação da investigação pelo Ministério Público da comarca de Leiria.
Bens recuperados serão devolvidos
As autoridades garantem que todos os objetos recuperados serão devolvidos aos legítimos proprietários após identificação e reconhecimento. Este processo pode demorar algum tempo, dado o elevado número de furtos e a necessidade de confirmar a proveniência de cada item apreendido.
A operação representa um golpe significativo numa atividade criminosa que afeta profundamente as famílias das vítimas, não apenas pelo valor material dos bens furtados, mas também pelo valor sentimental e religioso dos objetos subtraídos em cemitérios.
A colaboração entre diferentes forças policiais e o apoio do Ministério Público foram determinantes para o sucesso desta investigação, que durou dois meses e envolveu múltiplas diligências em sete distritos do país.