Os enfermeiros do Montepio Rainha Dona Leonor (MRDL), nas Caldas da Rainha, marcaram greve para o próximo dia 22 de agosto. A decisão surge após mais de um mês de espera por uma resposta da administração a uma proposta de carreira apresentada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A instituição atravessa uma crise profunda que tem provocado a saída consecutiva de profissionais de enfermagem. A situação deteriorou-se depois de a administração ter alterado unilateralmente as condições de trabalho, com reduções salariais e desregulação dos horários laborais.
O SEP solicitou uma reunião com o novo Conselho de Administração, que teve lugar no dia 23 de junho. Durante este encontro, o sindicato propôs a apresentação de uma carreira de enfermagem específica para a instituição. A proposta foi posteriormente debatida com os profissionais e formalmente entregue à administração no dia 27 de junho.
O documento apresentado visa a melhoria das condições de trabalho e remuneratórias, numa tentativa de equiparar a situação laboral dos enfermeiros do MRDL ao que se pratica noutros sectores. O objetivo passa por travar as saídas de profissionais e facilitar a contratação de novos enfermeiros.
Contudo, decorrido mais de um mês desde a entrega da proposta, o Conselho de Administração mantém-se sem dar qualquer resposta aos representantes sindicais. Esta ausência de diálogo tem agravado os problemas existentes na instituição.
A falta de enfermeiros suficientes tem criado uma sobrecarga laboral significativa entre os profissionais que permanecem na instituição. Esta situação coloca em risco não apenas o exercício profissional adequado, mas também a segurança dos cuidados prestados aos utentes.
O cenário atual levanta preocupações sobre a viabilidade futura do MRDL, uma vez que os enfermeiros ainda em funções ponderam abandonar a instituição, enquanto a administração enfrenta dificuldades na contratação de novos profissionais.
A greve de 22 de agosto representa, segundo os enfermeiros, um alerta para a gravidade da situação que se vive na instituição caldense. Os profissionais pretendem chamar a atenção para uma crise que consideram poder comprometer definitivamente o funcionamento do Montepio Rainha Dona Leonor.
