Durante o dia de hoje e amanhã, Óbidos será o epicentro do debate sobre o futuro da pêra rocha ao acolher o Interpera, o maior congresso internacional dedicado a esta fruta. Organizado pela Assembleia das Regiões Europeias Produtoras de Frutas, Legumes e Hortaliças e pela Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, o evento reunirá os principais decisores mundiais do setor para discutir os desafios e oportunidades da exportação da pêra rocha.
A pêra rocha destaca-se como a principal fruta de exportação de Portugal, alcançando mercados em 20 países, com uma forte presença em países comunitários (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%). Segundo a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, as vendas para o estrangeiro cresceram mais de 60% nos últimos anos, gerando receitas anuais de 85 milhões de euros. As previsões para este ano indicam que esses números serão superados, com a exportação média anual dos últimos 12 anos a rondar as 100.562 toneladas.
De acordo com o Recenseamento Agrícola do INE de 2019, Portugal possui 11.297 hectares de pomares de pereiras, dos quais 84% estão concentrados na região Oeste. Filipe Ribeiro, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha, revelou em declarações à agência Lusa que a colheita de pera rocha deste ano deverá ultrapassar as 115 mil toneladas, um aumento face ao ano anterior, mas ainda aquém da produção normal para o país.
Filipe Ribeiro sublinhou que, se as condições se mantiverem favoráveis até à colheita, a campanha deste ano, que no ano passado atingiu cerca de 100 mil toneladas, poderá alcançar as 115 mil toneladas. Contudo, lembrou que “imponderáveis” como doenças (especialmente o fogo bacteriano) e fenómenos climáticos adversos, como o “escaldão solar”, podem impactar negativamente as expectativas dos produtores.