Há 38 anos, a tradição de reunir autarcas e ex-autarcas das diversas correntes políticas nas Caldas da Rainha mantém-se viva, culminando num jantar anual que se transformou numa celebração de amizade, análise de balanços e partilha de desejos para o ano que se avizinha. Este ano, cerca de 200 participantes, representando uma multiplicidade de cores políticas, convergiram no restaurante O Cortiço, a 30 de novembro, para um encontro que não só marcou a estação natalícia como se destacou por uma pauta comum: a necessidade urgente da construção do novo Hospital do Oeste nas Caldas.
Sofia Cardoso, presidente da concelhia do CDS-PP, inaugurou as intervenções expressando esperança numa mudança de governo que possa acelerar este tão aguardado projeto. Num tom irónico, sugeriu a inclusão das Caldas da Rainha no Natal dos Hospitais, da RTP. Ovídio Dinis, representando o Movimento Independente da Foz do Arelho (MIFA), apelou à continuação da “luta” e solicitou especial atenção à preservação da Lagoa de Óbidos.
Pedro Seixas, líder da concelhia do PS, destacou a união entre todos os partidos em relação à saúde e à localização do novo hospital, fazendo um apelo para que esta mobilização persista, independentemente dos resultados das próximas eleições. Ele delineou os “desafios” que aguardam no próximo ano, incluindo o compromisso de aproveitar o orçamento da autarquia, superior a 40 milhões de euros, para beneficiar a comunidade local. Também enfatizou a importância de envolver a população, freguesias, coletividades e escolas nas celebrações dos 50 anos do 16 de Março e do 25 de Abril.
Paulo Sousa, representando o PSD, reconheceu o trabalho dos autarcas em prol do concelho, reiterando a posição do seu partido de que o novo Hospital do Oeste deve situar-se nas Caldas. Destacou a recusa em compactuar com qualquer tentativa de divisão partidária ou estratégias de desinformação, apelando à unidade. João Dias, do VM, concordou que o novo hospital será benéfico para todos.
Fernando Costa, ex-presidente de Câmara, expressou-se de forma apaixonada, homenageando a dirigente do CDS-PP, Rosário Ladeira, lamentando a ausência de várias forças políticas nos órgãos autárquicos e manifestando preocupação com a questão do hospital. Apelou à união de todos os partidos, destacando a importância da recente manifestação em Lisboa.
Tinta Ferreira, ex-presidente da Câmara, também apelou à união, reconhecendo a importância das famílias dos autarcas no apoio às suas responsabilidades públicas.
A vereadora Conceição Henriques enalteceu o trabalho dos autarcas de forma mais pessoal do que política, enquanto o vice-presidente, Joaquim Beato, expressou votos para que as “lutas” em prol do concelho permaneçam inalteradas, sublinhando a responsabilidade das Caldas da Rainha como uma cidade de horizonte e futuro.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, recordou as ações em defesa do hospital, alertando que “nada está ganho”, reforçando o apelo à união. Ao referir-se ao orçamento para 2024, solicitou a colaboração de todos, destacando a oportunidade única para aproveitar apoios do quadro comunitário e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Os programas eleitorais não eram diferentes, o que mudava eram as prioridades”, sublinhou.
Foto : Gazeta das Caldas