Trump impõe novas tarifas aduaneiras com impacto direto nas exportações da Região Oeste

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente a implementação de um novo pacote de tarifas aduaneiras unilaterais sobre produtos importados para território norte-americano. A medida, que entrará em vigor já na próxima semana, a 9 de abril de 2025, promete afetar significativamente as empresas exportadoras da Região Oeste de Portugal, principalmente nos setores agroalimentar, vinícola, hortofrutícola, metalomecânico e de bens transformados.

Entre as principais alterações anunciadas pela administração Trump destaca-se a imposição de um direito ad valorem adicional de 10% sobre todos os bens importados pelos EUA, independentemente do país de origem. Para a União Europeia, o cenário é ainda mais desafiador, com um acréscimo tarifário de 20% sobre os direitos aduaneiros já existentes, através do que Trump denominou como “tarifas recíprocas” para países com práticas comerciais consideradas “injustas” pela sua administração. Outra medida relevante é o fim da regra de minimis para remessas de baixo valor provenientes da China.

É importante salientar que estas novas tarifas se acumulam aos direitos aduaneiros normais, aplicando-se a uma vasta gama de produtos, com exceções pontuais para setores como aço, alumínio, energia, certos minerais críticos e produtos farmacêuticos.

Para as empresas da Região Oeste, os impactos previstos são multifacetados: aumento substancial dos custos de exportação para os EUA, comprometendo a competitividade dos produtos regionais; potencial desvio de encomendas e alterações nas cadeias de abastecimento, afetando também empresas que fornecem indiretamente mercados norte-americanos; e maior incerteza nos mercados internacionais, num momento em que a estabilidade é crucial para consolidar a recuperação económica pós-pandemia.

A eliminação da regra “de minimis” para pequenas remessas da China poderá ainda provocar perturbações indiretas nos custos de fornecimento globais, com consequências para importadores e transformadores nacionais. Em resposta a estas medidas, a China já anunciou retaliação com uma taxa de 34% sobre produtos norte-americanos, com entrada em vigor na próxima quinta-feira, intensificando as tensões comerciais globais.

Face a este cenário preocupante, a AIRO – Associação Empresarial da Região Oeste está a mobilizar-se para acompanhar de perto os impactos económicos e regulamentares resultantes destas decisões, preparando contactos com entidades nacionais e europeias. A associação apela a todos os seus membros que comuniquem quaisquer constrangimentos concretos que estejam a sentir ou prevejam sentir em resultado das novas tarifas.

A AIRO convida todos os associados e empresas da região a identificarem potenciais impactos nas suas exportações para os EUA, a partilharem constrangimentos operacionais, logísticos ou comerciais que estejam a enfrentar, e a enviarem os seus contributos até terça-feira, 8 de abril, para o email mario.pereira@airo.pt. O objetivo é representar eficazmente os interesses das empresas regionais junto das instâncias competentes nacionais e europeias.

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