O julgamento de Francisco dos Santos, um jovem de 22 anos acusado do homicídio qualificado do pai em Peniche, começou no dia 8 de outubro no Tribunal de Leiria. O crime ocorreu a 16 de agosto de 2023, quando Francisco terá esfaqueado o pai durante um confronto familiar. Desde o início do julgamento, o arguido optou por não prestar declarações.
De acordo com testemunhos apresentados em tribunal, o comportamento de Francisco mudou drasticamente aos 18 anos, quando começou a manifestar sinais de perturbação mental. Até então, ele era descrito por familiares e colegas como um jovem sem sinais de problemas graves. Em 2021, foi-lhe diagnosticado um distúrbio psiquiátrico, e um ano depois ocorreu o primeiro episódio de violência física contra o pai.
Francisco também havia apresentado uma denúncia em 2021, acusando o pai de abuso sexual contra a irmã. No entanto, o inquérito foi arquivado por falta de provas. No ano seguinte, em 2022, o jovem voltou a ser acusado de agredir o pai, resultando em fraturas e um internamento hospitalar. Mesmo assim, o caso foi novamente arquivado, já que os pais recusaram testemunhar contra o filho.
Após este episódio, Francisco foi internado compulsivamente devido à sua condição psiquiátrica. No dia do homicídio, 16 de agosto de 2023, a situação agravou-se após uma discussão com o pai, na qual o jovem voltou a fazer as mesmas acusações. A família e o Ministério Público acreditam que a sua doença mental teve um papel significativo no desfecho trágico deste caso.
Este julgamento levanta questões complexas sobre saúde mental, violência familiar e as consequências da falta de tratamento adequado para transtornos psiquiátricos.